sábado, 13 de junho de 2015
terça-feira, 9 de junho de 2015
Blog Jornal Vitória da Conquista: Eleições 2016: Carlos Costa prepara análise sobre ...
Blog Jornal Vitória da Conquista: Eleições 2016: Carlos Costa prepara análise sobre ...: Eleições 2016: Carlos Costa prepara análise sobre Conquista 0 9 de junho de 2015, 18:33 ...
domingo, 31 de maio de 2015
Poeta Iguaiense lança livro na Câmara de Vereadores de Iguaí dia 05-06-2015, Sexta Feira, às 19:00 h
DJ Jhon Lopez, Movimento Cultura Livre, Letra & Som, Braulito Novaes,
Juliano Madeirada,
Poesia & Cia., Grupo de Hip Hip G2, Terno de Reis de Joaquim Lacerda,
Gustavo Felicíssimo,
Exposição de fotos de Sergio Mattos Quarenta Graus.
05 de junho -19:00 h - Câmara de Vereadores de Iguaí.
Transmissão ao vivo pela Iguaí FM (on-line pelo site www.iguaimix.com), com apresentação de Ronecson Gomes e Joedna Oliveira e comentários de Luan Soares.
Cobertura completa pelo Iguai Mix.
Juliano Madeirada,
Poesia & Cia., Grupo de Hip Hip G2, Terno de Reis de Joaquim Lacerda,
Gustavo Felicíssimo,
Exposição de fotos de Sergio Mattos Quarenta Graus.
Lançamento do livro "Os poetas estão vivos", de Cacau Novaes (Editora Mondrongo), com apresentação de Rita Santana e prefácio de José Inácio Vieira de Melo.
05 de junho -19:00 h - Câmara de Vereadores de Iguaí.
Transmissão ao vivo pela Iguaí FM (on-line pelo site www.iguaimix.com), com apresentação de Ronecson Gomes e Joedna Oliveira e comentários de Luan Soares.
Cobertura completa pelo Iguai Mix.
terça-feira, 12 de maio de 2015
Médico, Dr. Arnaldo Teixeira, ex-deputado estadual de Itapetinga morre em Vitória da Conquista
Médico e ex-deputado estadual de Itapetinga morre em Vitória da Conquista Comente agora - Comente esta matéria Publicado em:Bahia, Destaques, Notícias, Tempo Real Faleceu na tarde desta terça-feira (12), o médico urologista, Arnaldo Teixeira. Segundo o seu colega médico, o cirurgião Marcelo Gomes, Dr. Arnaldo estava caminhando em um dos corredores do Hospital São Vicente – onde iria acompanhar uma cirurgia. Sentiu uma forte dor de cabeça e veio a óbito após atendimento médico naquela unidade hospitalar sem êxito. (Foto: Jornal Dimensão) (Foto: Jornal Dimensão) Segundo informações, em passado recente, Dr. Arnaldo Teixeira foi submetido a uma cirurgia no tórax para implantação de uma prótese na aorta para correção de um aneurisma. Ele foi deputado estadual em 94/98 e goza de grande prestígio na cidade de Itapetinga e toda região Sudoeste.
domingo, 20 de abril de 2014
Novo cartão de memória microSD da Toshiba é 10 vezes mais rápido
(Foto: Reprodução)
A Toshiba apresentou nesta
semana um novo cartão de memória microSD que grava e lê muito mais
rapidamente que os outros da sua categoria. É, segundo a empresa, o mais
rápido já criado.
O cartão está disponível em versões de 32 GB e 64 GB, estes últimos capazes de ler a uma velocidade de 260 Mbps e gravar a 240 Mbps. Já os de 32 GB têm taxas de 145 Mbps (8 vezes melhor que os cartões atuais) e 130 Mbps (2,7 vezes melhor), respectivamente.
Câmeras grandes não enfrentam problemas de velocidade, mas as menores, que dependem de cartões pequenos, sim, por isso a criação da Toshiba pode ser uma boa solução para quem trabalha com produtos compactos, como smartphones.
O cartão está disponível em versões de 32 GB e 64 GB, estes últimos capazes de ler a uma velocidade de 260 Mbps e gravar a 240 Mbps. Já os de 32 GB têm taxas de 145 Mbps (8 vezes melhor que os cartões atuais) e 130 Mbps (2,7 vezes melhor), respectivamente.
Câmeras grandes não enfrentam problemas de velocidade, mas as menores, que dependem de cartões pequenos, sim, por isso a criação da Toshiba pode ser uma boa solução para quem trabalha com produtos compactos, como smartphones.
Greve da PM = A Verdade está vindo à tona
Ariston Matos
via Jones Carvalho.
A verdade está aparecendo.
Prisco
foi julgado dia 15/04 terça-feira em Brasília por vários crimes de
segurança nacional relativos a greve de 2012. Ele ja sabia do resultado
do julgamento de Brasília, espertamente em ato de desespero e para
confundir a população, deflagrou a greve no mesmo dia a noite. Principal
solicitação dos comandantes da greve: anistia total dos crimes de 2012.
Sem sucesso, voltaram, pois o processo é federal
e o estado nada pode fazer. O Prisco tentou não ser preso e ainda
colocar a culpa no estado. Em Brasília as noticias são essas, um dos
motivos do ministro da justiça vir até Bahia e o governador não
dispensar a guarda nacional e que eles já esperavam essa revolta da
polícia. Prisco vai dormir na papuda, como dizem por aqui, lembro bem do
terror que foi em 2012...
Agora começamos a entender a greve. Tudo foi milimetricamente planejado para tentar não ser preso e o louco do cap. Tadeu deve estar no bolo. Usaram a corporação, colocaram a população em risco e ainda tentaram manipular politicamente. Mas a mentira não dura pra sempre.
Agora começamos a entender a greve. Tudo foi milimetricamente planejado para tentar não ser preso e o louco do cap. Tadeu deve estar no bolo. Usaram a corporação, colocaram a população em risco e ainda tentaram manipular politicamente. Mas a mentira não dura pra sempre.
Greve PM: Eliana Calmon afirma que líderes podiam ser presos e Capitão Tadeu recua
Capitao Tadeu,
Atendendo
à solicitação de Vossa Excelência sobre a origem da prisão de Marco
Prisco, informo que após consultar o Presidente do Tribunal Regional da
1ª Região, Desembargador Mário César Ribeiro, o Desembargador Almilcar
Machado, plantonista do mesmo Tribunal e finalmente, o Procurador Geral
da República, Dr. Rodrigo Janot, verifiquei que a prisão do Vereador
indicado decorreu da Prisão Preventiva decretada pelo Juiz Federal
condutor da ação penal a que responde o edil, em deferimento, a pedido
formulado pelo Ministério Público Federal do Estado da Bahia, diante das
provas entregues ao Magistrado comprovando o envolvimento do acusado em
novas manifestações da greve da Polícia Militar da Bahia, deflagrada no
último dia 15 do corrente mês e ano. Assim
nada há de novo no fato ensejador da Prisão Preventiva senão a
determinação de custódia de um réu em processo antecedente, sem qualquer
envolvimento político ou intervenção do Governo ou outra autoridade
qualquer da Bahia. Quero esclarecer a Vossa Excelência que a situação de
Marco Prisco só pode ser solucionada no âmbito da Justiça Federal,
mediante Habeas Corpus examinado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª
Região. Solidariedade ou parceria no sentido de haver um
reposicionamento da Justiça inexiste e a retomada de greve por parte da
Polícia Militar é absolutamente impertinente neste momento porque esse
acontecimento impedirá o exame de um possível Habeas Corpus, podendo
ocasionar a prisão de líderes do movimento, agravando a solução do
problema. Assim, Capitão, a melhor solução para o problema, não está no
aquartelamento das forças policiais, porque não decorreu a prisão do
descumprimento pelo Governador do acordo anteriormente assinado. Aliás,
não poderia ele acordar sobre os processos em andamento na Justiça.
Atenciosamente, Eliana Calmon
sábado, 19 de abril de 2014
Crônica do escritor iguaiense José Maia sobre os brinquedos infantis de ontem e de hoje.
José Maia |
Brinquedos de Ontem e de Hoje
Hoje
ao ver verdadeiras montanhas de brinquedos, de todos os tipos, gostos e
preços, para alegrar as nossas crianças me vem a feliz lembrança dos
meus tempos de menino lá na minha velha e saudosa Ibiporanga, no
município de Iguaí. Era uma vila pequenina mas muito gostosa de se
viver! Éramos dezenas de meninos e meninas naquele reino de felicidade a
desfrutarmos inocentemente do nosso mundo encantado. Como nos sentíamos
bem! Quanta felicidade, na singeleza daquilo que tínhamos disponíveis
em nossas mãos, e como cuidávamos com todo o nosso amor de criança.
Hoje faço comparações ao ver como se empenha a indústria de brinquedos para entretenimento da criançada. Nós naquela época fabricávamos, criávamos, sendo que os mais hábeis tinham o privilégio de ganhar ainda algum dinheirinho com a venda do que produziam e assim o nosso mercado estava sempre garantido.
Tínhamos o boi de osso , o cavalo de caco de telha, a bola de meia, a bola de bexiga, o cavalo de pau, a bola de mangaba (esta quando os catingueiros vinham comercializar na região das matas e traziam para nos vender). Tínhamos também a boneca de pano muito bem feita por mãos de seda, os piqueniques e aniversários de mentirinha, também assim as escolinhas de faz de conta, cujos cadernos eram folhas de mamoneira e os lápis eram espinhinhos de laranjeira. Difere muito dos tempos de hoje, mas o espírito é o mesmo de sempre: a alegria infantil !!!
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Notícias de Iguaí : Tarde de Autográfo do livro Rios de Memórias, hoje, 16 de Maio de 2013, a partir das 16:00 horas
Notícias de Iguaí : Tarde de Autográfo do livro Rios de Memórias, hoje, 16 de Maio de 2013, a partir das 16:00 horas
Tarde de Autográfo do livro Rios de Memórias, hoje, 16 de Maio de 2013, a partir das 16:00 horas.
A escritora Ana Angélica Matos Rocha
convida todos os iguaienses para a Tarde de Autógrafos do livro Rios de
Memória que acontece hoje a partir das 16 h na Biblioteca Pública
Eulina Assunção Novaes em Iguaí - Bahia.
Sobre o livro ela declarou:
-
O livro conta recortes da minha infância e juventude em Iguaí. Explora,
em uma linguagem coloquial minhas andanças pelos Rios da cidade e
retalhos de vidas das pessoas que vivem eternamente na minha memória.
Data: 16/05/2013
Horário: 16:00h
Um pouco da história da escritora Ana Angélica Matos Rocha Gonçalves
Casada, mãe de três filhos, avó de dois netos e duas netas. Sessenta e sete anos. Natural de Iguaí-Bahia. Atualmente reside Feira de Santana, Bahia, Brasil. Professora (aposentada pela Universidade Estadual de Feira de Santana). Atualmente, ocupa o tempo com a pintura em tela, e escrevendo. Lançou recentemente minhas memórias de infância e já começou o esboço do que será um "Diário de Bordo". Na área de Educação, tem ainda livros e artigos publicados.
Fonte: http://br.dir.groups.yahoo.com/group/iguai/message/14538
http://www.iguaibahia.com.br/tarde-de-autografos-do-livro-rios-de-memorias/
Inauguração da Biblioteca Pública Municipal de Iguaí que recebeu o nome da Professora Eulina Assunção Novaes
Postado porBlog do Ariston Matosàs 09:16
quarta-feira, 25 de julho de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
A BAHIA SÃO VÁRIAS
A BAHIA SÃO VÁRIAS
José Cândido Oliveira Silva*
Sinto-me
tomado por um misto de tristeza e
indignação e, ao mesmo tempo, estimulado e desafiado a penetrar num campo
polêmico para abordar a
nossa identidade cultural, pois o que vem sendo apresentado como cultura da
Bahia me incomoda. Sei
que há especialistas, respeitáveis conhecedores deste tema, que o conhecem com
maior embasamento técnico-científico do que eu. Mas, enquanto suas manifestações não chegam ao destino ou não são
atendidas,estou aqui também, como simples cidadão, fazendo a minha parte. Não
tenho ligação com nenhum partido político e sinto-me totalmente à vontade para
expressar a minha indignação e opinião sobre um dos mais importantes elementos de formação de um povo: a sua
identidade cultural.
Anos atrás, quando uma pessoa do
interior pretendia ir à Salvador, capital do Estado da Bahia, dizia: “eu vou à
Bahia”. Era um evento de muita importância, quase uma aventura, que
somente alguns podiam fazê-lo.Uma viagem para um lugar distante,de
muitas novidades, encantamentos e
quase imaginário. Um mergulho no mundo civilizado.
Por ser a capital do
Estado, Salvador certamente, naquela época, gozava de muitos destes
atributos, ao contrário do interior longínquo,
desprotegido, rústico e inóspito. Esta dualidade, que perdurou por
bom tempo,
hoje
não existe mais. As estradas, telefone e principalmente a internet colocaram o
interior no contexto globalizado, interagindo com a capital do
Estado e com o mundo. Não se diz mais que “vai à Bahia” quando deseja viajar
para a capital do Estado. Simplesmente se diz que vaia a
Salvador. O mundo mudou muito, para melhor.
Mas,
os nossos governantes bem acomodados e instalados com muita pompa na capital do Estado, ainda enxergam o interior como
longínquo e inóspito. Talvez, isto explica o estado de abandono em que se acham
as
nossas raízes culturais, especialmente aquelas espalhadas pelos quatro cantos
da Bahia, sem falar, é claro, de áreas como infraestrutura,
educação e saúde.
No
seu espaço geográfico de 567.295 km2
de área, o Estado da Bahia foi dividido para fins de estudo de sua economia em
15 regiões todas elas com características próprias quanto aos fatores
econômicos. Isto nos permite aventar que
estas regiões apresentam, também, distintas raízes
culturais que merecem ser estudadas e
respeitadas dentro do contexto cultural do Estado da Bahia.
A
formação étnico-cultural, com origem
principalmente nos
índios,
negros e brancos, forjaram e moldaram a nossa base cultural
tendo hoje os caboclos e
mestiços como elementos
resultantes e fundamentais para preservação da nossa identidade,
por
carregarem os traços culturais da mistura de raças.
Ao
longo de muitos anos, e ainda hoje, a Bahia sofreu e sofre um descaso cultural
que nos entristece e desalenta. Nossos governantes jamais respeitaram e ainda não
respeitam nem dão o devido valor e atenção à ampla miscigenação da nossa
população e sua distribuição no espaço geográfico da Bahia.
Este
equívoco
histórico com a
Bahia
já
causou danos à cultura negra e a toda cultura baiana ao jogar para escanteio
características fundamentais dos nossos traços africanos e demais grupos
étnicos que estão pulverizados por todo o território do Estado da Bahia. Nossa
cultura agoniza diante deste canibalismo cultural promovido em
nosso Estado pela inércia e passividade dos governos, tendo como ponta de lança
a exacerbação do axé e a ignorância em relação à nossa diversidade cultural.
Ao
contemplar os grupos carnavalescos de Salvador, apoiando-os nas
suas iniciativas, cujas alegorias remetem quase sempre à cultura negra, os nossos
políticos deitam-se numa cômoda e confortável posição. Entendem
eles que, prestigiando a cultura negra através dos grupos afros da capital do
Estado, estão política e socialmente corretos,
portanto, merecedores de dividendos políticos e imunes
às críticas. Consideram-se os promotores de um grande feito e
logo se inflam diante das câmaras de TV para anunciarem, em
rede nacional, o quanto estão prestigiando a cultura da Bahia.
Passam
anos e mais anos e “a Bahia de Mãe-Preta, de Caboclo e Pai João”, de
extraordinárias riquezase raízes históricas, vai perdendo, paulatinamente, sua
identidade cultural.
Não
somos contra o Axé ou qualquer ritmo musical. Ao contrário, estamos indignados com a
desatenção para coma preservação das formas de expressão dos nossos antepassados, representados através de ritmos ou qualquer
outra forma.
Como
sabemos, os traços culturais de cada grupo étnico são definidos pelas suas características
intrínsecas e pelo ambiente que ocupa no espaço geográfico. Assim, entre as
comunidades negras da Bahia podemos encontrar diferenças sutis em seus traços
dependendo onde se localizam,emSalvador,
no Nordeste do Estado ou Chapada Diamantina, por exemplo.
Podemos
imaginar, então, o quanto perdemos ao longo dos anos em valores
culturaisadvindos dascomunidades negras e demais grupos étnicos,distribuídos
por todo o Estado da Bahia,por serem ignorados, anulados, destroçados e
destruídos pela
indiferença, passividade e ignorância de sucessivos governos.
O
artesanato, de invejável criatividade, desapareceu do nosso meio e deu lugar
aos produtos industrializados maquiados de artesanatos sem artesão. Não se vê
mais entre nós as rendeiras, as bordadeiras nem as nossas
tecelãs de inigualáveis habilidades no manuseio do rústico e eficiente tear,muito utilizado, no passado, no
aproveitamento dos capuchos de algodão paraconfecção de tecidos.
Os
nossos violeiros, cantadores, repentistas e trovadores, desapareceram abafados pelo
descaso, deixando sem voz a beleza do “sertão da mulher séra e do homem
trabaiador,”como canta Luiz Gonzaga, o Rei do
Baião.
A literatura de cordel, muito presente entre
nós, até quatro décadas atrás, partiu sem se despedir, sem falar da culinária do
sertão, dos biscoitos e quitutes das nossas
prendadas e dedicadas mulheres sertanejas.
Os
tropeiros, verdadeiros e legítimos desbravadores e conquistadores do nosso
território, fundaram vilas e cidades. Transportaram mercadorias, riquezas e informações. Isto
não obstante, foram relegados ao esquecimento por capricho, não deixando
rastros nos caminhos e nem sequer um pequeno manuscrito fazendo-lhesreferência.
A
utilização da cerâmica para fabricação de utensílios domésticos, uma especialidade das mulheres negras
do Estado da Bahia, simplesmente soverteu. As cavalgadas e procissões estão sem
sentido e nossas Folias de Reis, uma das mais lindas expressões do nosso povo,
estão sem meios e forças para sobreviver.
O
São João em nosso Estado
foi nocauteado pelo desprezo à nossa cultura e jaz agonizante ao som das
esfuziantes bandas de axés e forrós eletrônicos. Estou antevendo o dia que será
necessário viajar para Pernambuco ou Paraíba para assistirmos um autêntico São
João ou para dançarmos
um verdadeiro “Forró Pé de Serra”.
Esta
visão displicente e de menor importância para com as nossas raízes vem colhendo
como resultado um desastre cultural que envergonha os baianos perante aos
demais estados nordestinos, especialmente Pernambuco, onde a política do Estadotem
demonstrado quecontempla, com muita
ênfase e no mesmo pé de igualdade, todas as vertentes culturais.
Na
Bahia, a TV estatal, um grande patrimônio do povo à disposição do Governo, fica
muito a desejar no seu verdadeiro papel de prestigiar e difundira nossa
cultura.
O
que se vê na TV Cultura e nas TVs comerciais é uma verdadeira
apologia aos eventos da Capital do Estado. O interior, onde a diversidade
cultural é mais ampla, permanece com a mesma política do descaso e
desprestígio, servindo apenas para carrear
votos da população na época das eleições.
A
tradicional políticacentralizadora dos governantes do Estado da Bahia,que não
dáa devida atenção para com as demandas socioeconômicas e culturais do
Estado,suscita de modo recorrente,de algumas regiões, apelos para
desmembramento do Estado,tendo como bandeira, quase sempre, a falta de atenção
do Governo para seus pleitos regionais incluídasai as suas tradições culturais.
Bom
seria se os nossos governantes tomassem como referência o Estado de Minas Gerais que
administra com competência e zelo um grande patrimônio culturalque se estende
por um vasto território como a Bahia. Assim, talvez, pudéssemos aprender firmar
melhor o conceito de cultura, além de difundir, prestigiar e preservar os traços históricos dos nossos
antepassados.
Do
vale do Jequitinhonha, próximo à Bahia, aos limites com São Paulo e Rio de
Janeiro; da divisa com o Espírito Santo até o Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
um estado cercado por fortes e tradicionais raízes históricas, preservasuas tradições
como parte da boa cultura mineira, fortalecendo-a a cada dia.
Em
Minas,os negrosmarcaram forte presençano período da mineraçãoe em toda sua
história. Como a Bahia,Minas Gerais conta,além dos negros, com índios, brancos,
caboclos e mestiços na composição da sua identidade cultural de consistência
ímpar. Neste Estado ascaracterísticas
de todos os grupos étnico são respeitadas, prestigiadase difundidas através de eventos, meios de comunicação como a TV cultura,
TVs comerciais locais, além da promoção de encartes em Tvs comerciais em
nível nacional.
Minas
Gerais não é
apenas Belo Horizonte: é o barroco, é samba, folia de reis, congado,viola,
violeiros, tropas, tropeiros, quitutes e quituteiras, calangos e catiras,além
da cultura são franciscana, entre
outros.
Minas
cultua todo o seu espaço geográfico. Prestigia e colabora com imparcialidade com
todas as cidades do interior e se preocupa em manter as características
culturais dos grupos étnicos espalhados por todo território mineiro. Esta forma
como trata a cultura no Estado explica porque ainda hoje estão preservados os diversos traços culturais
forjadores do povo mineiro.
Em
Minas Gerais, por certo, há negligências, mas, se estivéssemos no seu patamarem
relação ao tratamento dispensado à cultura, certamente, a nossa indignação e de
todos aqueles que comungam conosco seria menor.
A
minha Bahia e de todos os baianos não é apenas a Bahia de Euclides da Cunha, de
Jorge Amado, de Dorival Caymmi, do Recôncavo, de Salvador e da Chapada
Diamantina. Ela é tudo isso e muito mais. A Bahiaverdadeira se estende por900
km de costa e
pelas terras ao longo do grandioso e maltratado Velho Chico e do Além São
Francisco.Penetra
pelasSuas
lindas planícies do Oeste cortadas por
rios caudalososque vão
ao encontro do longínquo horizonte da Serra Geral, na divisa com o Estado do
Tocantins e seu Sudoeste entrelaça-se com o Norte de Minas, num fraternal abraço,
através dos Sertões e Geraisda Bahia,
lembrados por Guimaraes Rosa.
A
cultura é assunto de suma importância e a ela deve ser dada especial atenção
pelos nossos governantes por representar a formação da identidade
cultural do povo brasileiro. Não é sem razão que mereceu destaque na
Constituição Federal de 1988nos seus artigos 215 e 216 que fazemos questão de
transcrever:
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno
exercício dos direitos
culturais e acesso às fontes de cultura nacional, e apoiará e incentivará a
valorização e a difusão das manifestações culturais.
Art.
216.
Constituem
patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os
modos de criar, fazer e viver; (...)
Quando
observamos o horizonte cultural da Bahia sentimos a ausência de olhares mais atentos para as coisas da nossa
terra. O orgulho de ser baiano cada dia vai se esvaindo e
a
exaltaçãoc às enigmáticas afirmativas como:
“baiano é preguiçoso”; baiano só trabalha pela manhã”; “ na Bahia
não se trabalha”, “onde já se viu baiano trabalhar?”, entre outros, muitas vezes compartilhadas
pelos próprios baianos, tornam-se mais presentes.Como
se diz, as mentiras de tanto serem repetidas,acabam virando verdades no imaginário
das pessoas.viram verdades.Quem
mora ou morou fora da Bahia sabe muito bem do que estou
falando.
A
Bahia não é isso e precisa mostrar para o Brasil o
quãaonto significativos são seus valores
perante a história de nosso país, como nossa Independência em 2 de julho de
1923, quase um ano após a Independência do Brasil que ocorreu em 7 de setembro
de 1922. Fora da Bahia as pessoas achamgraça quando
falamos que 2 de julho é
feriado na Bahia porque é a comemoração
da nossa independência. Eles dizem: “é mais um dia para não trabalhar”,ou “
baianos são tão devagar que a independência
chegou lá com um ano de atraso.”Transcrevo a seguir o que diz Paulo
Costa Lima sobre o assunto: “Poucas pessoas fora da Bahia
conhecem a força do 2 de julho. É uma falha enorme de informação histórica,
pois trata-se do processo de independência do Brasil, e não da independência da
Bahia, como até hoje muita gente fala. Uma coisa é dar o grito do Ipiranga, outra coisa é
garantir pleno domínio sobre o território nacional. Entre as duas pontas, uma
guerra. A guerra da Bahia, onde brilhou o heroísmo popular, além de lideranças
como Labatut, Lima e Silva, João das Botas, Maria Quitéria, entre tantos outros.”
Este
é um exemplo emblemático que serve como ilustração do descaso com os nossos
traços históricos. Não há dúvida,isto resulta da falta de cuidado com a coisa
pública e especialmente com nossos valores mais simbólicos que tanto nos
orgulham.
Como
forma de contribuiçãopara que a nossaidentidade cultural não fique vulnerável
aos interesses ou ao abandono dos mandatários políticos, sugiro aos governos da
Bahia, inclusive o atual, o seguinte:
·
Reflexão,urgente,
sobre a forma como tem sido conduzida a cultura em nosso
Estado, ao longo dos anos, envolvendotodos os seus colaboradores tendo como
objetivo final um consistente trabalho
de ausculta e captação dos nossos valores culturais por todos os municípios e
seus respectivos distritos, sob a forma de um diagnóstico;
·
Com
base no diagnóstico, elaborar documento para aprovação pela Assembléia
Legislativa, contando entre outros com as seguintes medidas a serem vigoradas a
partir de agora: a) – que a cultura da Bahia seja tratada com base em políticas de Estado definidas e
aprovadas e não mais sujeitas apenasaos ditames dos mandatários eleitos; b)que
nossa identidade cultural prevaleça e, portanto, seja protegida, divulgada,
respeitada e identificada como patrimônio do Estado da Bahia e do Brasil.
Vitória da Conquista, 1715/07/2012.
(*)
José Cândido Oliveira Silva é economista
jcandidoos@terra.com.br
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