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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Pequena viagem no tempo de nossa infância

Pequena viagem no tempo de nossa infância

ou

GUERRA DE SACAETANO* - NUVEM DE PALAVRAS

Por José Matos Dekinho



Há muito que elas ficam se mexendo, remexendo, remelexendo no palco da minha cabeça, dançarinas palavras a divertirem hormônios em festa, em casa de neurônios bajuladores.

Tudo começa pela guerra de sacaetano, uma brincadeira entre dois meninos, que consiste em pegar os tais frutos com talo comprido e, num passeio qualquer, baterem um no outro alternadamente... e aquele que quebrar o talo do outro primeiro ganha a briga, que vale uma “nota” - nota de bala, de maço de cigarros, etc.

- Entrando na máquina do tempo, não naquela do grande escritor J.J. Benitez de Operação Cavalo de Tróia, mas na minha própria:

Os meninos estão brincando, catando frutos do sacaetano para guerrear. Guerra de sacaetano é a nossa briga de galo particular e predileta, o talo quebra e pimba!... Outros de idade um pouco mais avançada estão tambem a brincar em volta a uma mesa, disputando, guerreando, ou trocando entre si estampas do sabonete eucalol.

Na casa da vovó, Negão, um enorme porco doméstico, porque criado praticamente dentro de casa, vai passando com seu passo lento e pesadão. Atravessa a porta da cozinha e vai tirar o seu cochilo favorito debaixo da grande mesa da sala de chão batido... Observando na janela lateral, não sei como a Vovó consegue sozinha fazer aquelas tranças em seus lindos e longos cabelos grisalhos!...

Nesta hora a meninada toda está curtindo a sombra da tarde no grande passeio de frente da casa, quando recebe o chamado do Vovô para ajudá-lo a pisar o cacau sobre a corredeira. E, prontamente, todos se manifestam e, juntos, a netaiada presente pisam aquele cacau escorregadio nos pés...

Já é outro dia quando ele veste aquele seu estranho macacão e colhe o mel da sua casa de abelha, pendurada sob o telhado do fundo da casa... e, mais tarde, nos presenteia com o melado ou “puxa”, nome dado a um doce preto e puxento, acho que de cana, mel e rapadura que ele mesmo sabe muito bem preparar num grande tacho.

E à noite iremos nos reunir em sua volta, sentados no chão da sala, com ele ao pé do rádio, para, após a novela, podermos ouví-lo contar estórias... (momentos alegres que não puderam ser registrados em fotografia. Ah, uma máquina fotográfica, que falta fez!...)

Agora, no meio do caminho, uma providência de guerra: o cavalo-do-cão usa o seu ferrão esterilizador e anestesia uma aranha caranguejeira, arrastando-a para a sua toca. Incrível a maneira que esse tipo de inseto tem para arrumar uma cama já prontinha, tão macia e confortável, num modelo original e próprio - fácil ninho para a sua fêmea em seu período gestatório. A natureza é bela!

Num riacho adiante, girinos se assustam embaixo de um mata-burro onde cai muita gente. É onde uma libélula tira tempo para lavar a bunda, com o macho a ziguezagueando em volta. É tanto mato, tanto pano de fundo! E muito pano no fundo do quintal tambem. Por detrás uma verdadeira rinha de galo... “vixe! o amarelo ganhou do pretão, até então imbatível!”... E a algazarra agarra o silêncio pelas costas e... Além, está o beco do curral que dá para os cacaus de dentro, onde lá no íntimo caiporas e lobisomem comem menino - conversa de Vovô, para proteger e preservar a mata, assim como tambem e, naturalmente, a sua roça. Ainda agora mesmo, dois meninos estão a brigar porque um alega que o outro pegou a jaca do um que havia escondido lá no mato, para comê-la depois de madura, etc e..., olha a algazarra a agarrar o silêncio pelas costas de novo!...

Estava deitado na varanda um preguiçoso de guerra, quando de repente um rápido sopro vôo de um colibri desperta-o, tal a pressa da labuta. Foi como que se lhe tivesse a insinuar: “acorda rapaz!”

Ôpa! Um zangão de repente tomba morto..., a abelha rainha tem pressa em produzir mel, mas as operárias parecem estar em greve. E a algazarra volta a agarrar o silêncio pelas costas!...

No terreiro uma galinha-choca aparece correndo e gritando, sapecada, com os pés queimados. Coitada, vai fazer ninho em forno alheio! Dormira presa no forno do jirau, e agora sua dona pisa mastruz com leite, farinha e alho, fazendo-lhe um curativo. Pobre caipira, arrependeu-se do dia de ter nascido! Depois dessa, jamais vai querer saber de botar ovos...

Num pé de laranja tangerina picos de marimbondos assanhados deixa meninos de papeira... Quem matou a mata! “Lagarta pintada quem te pintou?...”

Em traquinagem de criança, frutinhos pretos da quarana dão tinta aos sapatos da Ana, como tambem pintam os nossos cavalos-de-pau.

Não há nuvem no céu, apenas de gafanhotos destruindo a roça de cana do vizinho do nariz de tucano. Agora vai faltar cachaça pra mandioca braba e etc e tal...

Neste momento um menino chega do quintal chorando com uma coceira danada no traseiro:

- O que foi, sentou em cima de algum formigueiro? – Não!...

- E o que foi então, fala menino!

- Ahaahaaaha, ah!, já sei mãe, pegaram o moleque! É ele quem anda limpando a bunda na quina da parede da privada! Toma aí, vai!, ahaaahaaahaa, ihiii!... - Brinca com pimenta malagueta! E o menino: “E era só eu, era só eu!?...” E de nervoso quebra a vara de anzol do irmão e o outro de pirraça passa a cantar: Chora agogô/ Que a macumba já chegou/ Todo mundo venha ver/ Como chora agogô!... – Danou-se, para com isso, já!... Ou, lá vem a “Maria-fumaça!”... e aquieta-se depois já com a boca melada de vermelho, lá embaixo do pé de azedinha (amora).

No alto de um velho dendezeiro, um joão-de-barro parece observar a cena. Sua casa fica muito bem escondida lá entre as suas folhas, e ele de plantão está lá prevenindo-a contra balas de bodoque. Sobre o pé de carambola há um pássaro que insinua bem te vi, bem-te-vi! Bem-te-vi!, enquanto um outro embaixo caga-sebo. Sentada sobre um fio de poste de luz uma andorinha sozinha, com as asinhas abertas, parece fazer verão. Adiante, vê-se também um assanhaço a comer um mamão madurinho do pé. Bem longe, sobre uma cerca, papas-capins e cabocolinos se debatem presos numa visgueira... “Voa..., voa azulão!”

Trepado numa goiabeira, um bichinho imita a cor do galho e louva-a-Deus para que ninguém o veja.

Uma velha araponga canta alto contra pedras em sua mangueira. O seu grito chega até a surdar um sujeito que se mete mato adentro a armar laço de cipó grosso para pegar saruê, onde acaba caindo uma raposa velha usurpadora de sonhos...

E no regaço do vizinho próximo a água ferve em latas pretas para pelar o porco de cada feira.

O velho pai-da-mata, ecológico de nascença cria até cobra no terreiro, e sempre defende os bichos de sua grande mata. Agora mesmo já vai chegando levas de urubus para dormir. Os sapos coaxam na lagoa, as cigarras cantam na amendoeira, cobras piam no brejal, anuns pretos deixam os lombos dos animais e procuram o seu canto, e cavalos rincham no mangueiro do vizinho do nariz de tucano. Às tardezinhas, as galinhas sobem para dormir no poleiro, onde o teto é um umbuzeiro e o piso, um bosteiro. Grilos grilam os ouvidos e corujas espreitam mães ciumentas na janela. Juritis arrulham aos supersticiosos.

Um passarinho distraidamente passeava pelo meio da rua, bicando a vida, quando de repente foi atropelado... - Teria esquecido ele de que tinha asas!...

“Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho, voou, voou... a menina que gostava tanto do bichinho chorou, chorou, chorou...”

Uma mula cega corre doida pelo meio da rua. A famosa mula russa tornou-se cega de tanto tomar pancada de pessoas inescrupulosas, e por isso anda dando topada em postes e árvores, espantada por moleques. Enfim, um animal vítima do abandono pela sua atual inutilidade, outrora uma antiga servidora altiva e obediente.

Há muito que bezerrinhos vêm berrando longe nos currais, gatos e gatas brigam e brincam sobre e sob o telhado... até que a mata apodere-se de todo o silêncio reinante na terra para que, enfim, todos os seus habitantes possam dormir sossegados, porém, é inevitável que alguns ouvidos e olhares permaneçam atentos aos mistérios da meia-noite, clandestinos espíritos ou almas desnaturadas!?... e/ou possíveis inimigos!?

A ausência de pai-da-mata futuramente poderá se tornar um verdadeiro vexame, tendo em vista que toda essa natureza poderá ser ameaçada, já que está totalmente exposta à ousadia de vândalos e de inevitáveis pessoas sem escrúpulos...

...E poderá não haver mais olhares tão meigos quanto os daquela gata na janela do meu quintal.

- Saindo da máquina:

Vemos que, primeiro Tio Isaias, depois Tio Tico, os filhos, e tambem os netos, vem mantendo muito bem do que agora resta daquela grande mata.

Dekinho

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Monica Danielle Rocha morre em acidente de carro perto de Poções

Queridos Amigos,

Nesta madrugada, em acidente de carro, morreu minha sobrinha MONICA DANIELLE ROCHA, uma das filhas de minha irma, Moza e Carlinhos Vitória. Ela estava em Conquista desde a segunda feira, dia de seu aniversario, quando completou 29 anos de vida, fazendo uns exames medicos, pois há tempos vinha se sentindo mal, com picos de pressáo, uma vez alta outras baixas e como havia terminado os exames na terça, quis que seu marido, Robério (filho de Sr. Non) fosse buscá-la em Conquista. Ele pegou os filhos, Brenda com 11 anos e Carlos Iure com 09 e foi buscar Monica. Retornando, já quase chegando em Poçoes, aconteceu o acidente, as crianças se machucaram, mas estáo fora de perigo, mas minha sobrinha estava sem o cinto de segurança e náo resistiu aos ferimentos...

"Quando morre um velho, é como se o navio, finalmente, chegasse ao porto". Mas quando morre uma pessoa ainda jovem e que tinha filhos ainda para criar, as vezes a gente fica sem cháo...

Mainha está aqui, chegou na quinta passada para continuar a fazer uns exames para realizar uma cirurgia de protese nos joelhos, estava preocupada demais com essa neta por conta dos problemas de saúde que estava apresentando, e coube a mim dar a triste notícia... ela queria estar aí, pois queria ver mais uma vez a sua neta querida que ela achava uma extremada máe e uma pessoa que trabalhava noite e dia apenas pensando no bem estar dos filhos...

Sobrinha querida e amada, e que vai estar ao lado de seus entes queridos do lado de lá, pois cumpriu a sua missáo, senáo náo teria ido táo cedo....

Que Deus conforte nossa família neste momento e que nos dê sabedoria para entender os seus desígnios.

Beijinhos Muitos
Sira e Família

Inauguração da Biblioteca Pública Municipal de Iguaí que recebeu o nome da Professora Eulina Assunção Novaes

Será em Junho 2010 a inauguração da nova agência do Banco do Brasil de Vitória da Conquista

No próximo mês de junho será inaugurada a terceira agência do Banco do Brasil em Vitória da Conquista, que vai funcionar na Avenida Olívia Flores, próximo da AABB. O espaço está em fase de finalização e promete desafogar o grande número de atendimentos que acontecem diariamente na maior cidade do sudoeste baiano.

Segundo informações a iniciativa da obra partiu de uma ação movida pelo PROCON, que visa diminuir os transtornos da comunidade nas duas unidades do Banco, que se encontram na Avenida Régis Pacheco e Praça Barão do Rio Branco.